Instando Absolvição

Falemos da experiência ou da falta de tato e comiseração nas pequenas ambiências, moradias adiadas por um sentido obliterado dos termos, palavras vãs, cascatas, supremos gostos, validades, fulgores, risos de deuses bem dispostos, chuva, na maioria das vezes, apodrecendo os sentidos, mastigação do riso por cada um dos intervalos.

O Sentimento de Culpa, José Maria de Aguiar Carreiro

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Blog Paralelo

25 de jul. de 2011

Já que este criou teias.

http://imsuchadowner.blogspot.com/




Não sei exatamente por que criei este outro. Eu só quis.
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Reforma

5 de fev. de 2011

Bom, ano novo...
Em junho o blog faz um ano, porém isso será só oficialmente porque o blog que vocês estão vendo agora sofrerá uma reforma completa.
Isso mesmo. Eu vou apagar todos os posts e começar um IA completamente novo que eu espero que vocês gostem.
Além do blog, eu tenho um projeto com minha amiga Eulália (do O mundo e Eu) - que não está certo ainda - que estamos trabalhando para fazer um blog apenas com resenhas de várias coisas.
Me desculpem se a reforma demorar mas eu estou trabalhando duro no meu livro/fanfic Welcome to Super City e minhas aulas (normais, de inglês, piano, baixo, tênis...) voltaram, logo será meio difícil dividir meu tempo ok?

Beijos
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Reformando...
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U know what?...

8 de jan. de 2011

... I don't care for this shit anymore.
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Random Conversation (complete) / Begging

15 de dez. de 2010

Sentiu as gotas pesadas caírem como cacos de vidro em sua pele, milhões e milhões de pedacinhos que juntos provocavam a dor do contato de sua pele naturalmente pálida e seus cabelos loiros. Tentava clarear a mente com algum tipo de meditação enquanto saía do chuveiro desligando rapidamente e se enrolando na toalha.

A brisa do inverno irlandês a afetou assim que chegou ao closet enquanto ainda derramava algumas gotas por onde passava. Jogou a toalha em algum canto e puxou sua camisola, percorrendo o dedo enrugado por conta da água através da seda. Assim que a vestiu pode sentir o contato do quente com sua pele fria, mesmo que pequena, a camisola a esquentava, porém não o suficiente. Faltava calor humano.

Afastou-se do closet adentrando no quarto. Silêncio desconfortável. Pode ver a silhueta do peitoral nu tão conhecido. Ele estava sentado na cama com as mãos juntadas, o corpo inclinado para frente e olhava para baixo. Seus cabelos curtos e castanhos assim como seus olhos um pouco mais escuros eram em sincronia com sua pele levemente bronzeada e seu corpo musculoso.

A luz da lua cheia que se encontrava através da sacada – a direção para qual ele estava virado – contornava suas feições e as de todos os móveis do quarto que era composto por cores pastéis.

─ Olá. ─ ela proferiu fazendo com que sua voz saísse mais como um sussurro, mas que ele foi capaz de ouvir. Aquela voz que ele desejava esquecer. A menina se aproximou enquanto mordia os lábios. Não tinha palavras naquele instante, só esperava uma resposta para ver se ele ainda estava ali, dentro daquele corpo quase intacto.

─ Hey. ─ ele disse apenas por educação e tentando domar sua própria mente. Talvez na verdade fosse apenas aquela voz que ele queria ouvir, quem sabe ter uma overdose dela, ele não se importava.

─ Você está bem? ─ ela arriscou novamente.

─ Uhum. ─ Foi apenas um murmuro imediato como se ele já soubesse que ela só perguntava aquilo por formalidade. Ela sabia que ele não estava. Ele apenas recebeu um murmuro de volta e sentiu um peso do outro lado da cama. Ela não estava perto dele, eles estavam sentados um de costa para o outro, não era para ela ainda estar lá.

─ Então você só está aqui para perguntar se eu estou bem e ficar sentada aí? ─ Ele foi rude, porém a presença dela o afetava em grande escala, ele suava em suas mãos que se apertavam cada vez mais.

─ Não. ─ respondeu automaticamente. Sua voz estava pesada e ela sentiu que poderia chorar a qualquer instante.

─ Então, por favor, seja rápida. ─ aumentou um pouco o tom de voz logo depois o abaixando ─ Eu preciso de um tempo para aproveitar minha solidão.

─ Eu tenho que dizer isso... Não foi sua culpa. Digo, nós dois não poderíamos imaginar o que tudo seria realmente. E eu quero que você me perdoe porque se não eu terei de fazer algo que eu realmente não quero.

─ O quê?

Nesse momento ele pôde perceber pelo movimento da cama que ela havia virado o corpo em direção às costas dele com as mãos apoiadas no colchão e uma das pernas dobradas.

─ Vou ter que implorar. ─ não saiu com toda a firmeza que ela queria. Ele percebeu e fez questão de virar para encarar aquele outro par de olhos castanhos que o hipnotizavam. Mas ele os encarava com certo desprezo mesmo que por dentro estivesse sentindo vontade de fazer com que aqueles olhos tristes desapareçam com um abraço.

─ Por que você não tenta? Seria tão agradável! ─ ele cuspia as palavras sarcásticas para ela enquanto mantinha os olhos semicerrados. Fez uma cara retraída como se estivesse pensando e continuou ignorando aquele par de olhos implorando. ─ Não, espera. Você não consegue ser agradável.

─ Nós realmente precisamos disso? ─ ela perguntou enquanto entortava o canto da boca e espremia mais os olhos que estavam começando a ficar avermelhados.

─ Sim, nós precisamos. Porque foi essa coisa de implorar desde o início. ─ o garoto disse enquanto levantava massageando os próprios ombros largos e ficando de costas para ele.

─ Então você acha que esse é o nosso problema? ─ ela perguntou enquanto inclinava-se em direção ao outro lado da cama para se levantar também.

─ Não. É apenas o meu problema. O seu problema é precisar disso. ─ as palavras dele saíam com mágoa ─ E então você vem aqui e me pergunta se eu estou bem. Esse é meu segundo problema. Achar que eu estou sempre bem quando eu estou perto de você.

─ Então não é verdade. ─ A loira indagou enquanto andava um passo em sua direção, estavam com uma distância de um metro e meio que parecia ainda menor. O silêncio permaneceu por um tempo enquanto ela se aproximava e ele se encostava na sacada. Ela podia ver seu corpo que só era coberto por uma calça de malha.

─ Eu não sei. ─ ele por fim respondeu quando ela já estava na porta da sacada cerca de quatro passos longe dele. ─ Eu não sei de nada agora. ─ Mais uma longa pausa. ─ Eu só acho que você deveria ir.

─ Eu não quero. ─ ela murmurou encostando-se na porta da sacada mantendo seu corpo de lado em relação às costas do garoto.

─ Você está fazendo tudo isso de novo. ─ ele disse dando uma olhadela através de seu ombro para checar a garota. Encontrou-se com os olhos dela que fizeram com que ele tremesse por dentro. ─ Você está tentando ME fazer implorar.

─ Quem implora é o perdedor agora? ─ perguntou agora se aproximando e ficando perto dele também encostada na grade da sacada.

─ É o nosso ciclo vicioso. ─ ele apenas disse cruzando os braços e mudando de posição, agora encostando suas costas na grade.

─ Eu te amo. ─ ela sussurrou, tanto para ele como para si mesma. Ela estava finalmente convencida daquilo mesmo depois de não pensar em cogitar isso nunca.

─ O quê? ─ ele havia ouvido perfeitamente, mas algo em sua mente ainda dizia que havia algo errado. Ela nunca havia amado ninguém. Ninguém.

Ela bufou e andou até ficar de frente para ele, encostando as costas na porta.

─ Eu. Te. Amo. ─ disse agora alto e claro. ─ E se você precisar, eu imploro para você dizer que também me ama.

─ E se eu não te amar? ─ ele levantou uma sobrancelha e descruzou os braços aproximando mais dela. Assim era possível notar os quase vinte centímetros de diferença dele para ela.

─ Então eu posso implorar para que você ao menos não se vá hoje. ─ ele bufou e ainda mantinha uma expressão séria.

─ Você não me ama. ─ falou com firmeza.

─ Por favor. ─ ela insistiu cruzando as duas mãos e se aproximando dele.

─ Você não me ama.

Ele passou por ela e pela porta e foi para perto da porta do quarto que dava para o corredor do hotel. Ela andou rápido e se sentou na cama.

─ Eu estou implorando. ─ disse a garota fazendo com que ele parasse seu caminho até a porta. Ele se virou encarando-a e andando até onde ela estava sentada e ajoelhou-se em sua frente. ─ O que você está fazendo? ─ disse com um murmuro.

─ Eu estou implorando também. Mas eu estou implorando ajoelhado porque é o único jeito que eu encontrei de você entender que eu te amo mais para continuar com esses jogos. Eu não devia. Eu devia me amar mais do que eu te amo, eu tentei. E eu não consigo. Então por favor, destrua minha vida, leve meu coração contigo, me diga um milhão de vezes que me odeia e faça tudo novamente.

Ele encostou no rosto dela com a ponta dos dedos.

─ Por que eu faria isso?

─ Então eu vou te implorar para voltar e você vai finalmente me deixar, porque você estará cansada e desistirá alguma hora. Então eu posso provar à mim mesmo que eu sou capaz de morrer infeliz. Porque agora eu estou apenas provando que não sou capaz de viver sem você.

Ele a aproximou e a abraçou com força fazendo com que seu corpo se reclinasse na cama e os dois passassem a ficar deitados. Nesse tempo ele entrelaçou os dedos no cabelo loiro e molhado dela enquanto puxou-a até que suas bocas se encontrassem rapidamente. Eles já estavam corrompidos, porém sempre poderiam trazer a inocência de volta por alguns segundos.

─ Eu te odeio. ─ ela pronunciou olhando fundo nos olhos agora confortáveis dele ─ Você me tornou uma pessoa melhor.

─ Não, eu te tornei humana. Invulnerável a sentimentos alheios. Mate-me por isso com a pequena parte humana que eu deixei em você. Mate-me com seu amor.
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The End - McFly

9 de dez. de 2010

Kicking off is the hardest part / Sair é a parte mais difícil
Nothing's certain at the start / Nada é certo no início
Letting go, so something can begin / Deixar ir, então algo possa começar
Figure out how to get a life / Descobrir como arranjar uma vida
Leave tomorrow, live tonight / Deixar o amanhã, viver esta noite
Gotta throw, throw your heart right in / Tem que atirar, atirar seu coração dentro
'Cause we all fall down / Porque todos nós caímos

Everybody knows the end / Todo mundo conhece o fim
When the curtain hits the floor / Quando a cortina atinge o chão
Everybody knows the end / Todo mundo conhece o fim
Don't wanna get there wishing that you'd given more / Não queira chegar lá desejando ter dado mais de si
It's not over, 'till it's over / Não está acabado até estar acabado
So how do we begin? / Então como nós começamos?
When everybody knows the end / Quando todo mundo conhece o fim

I need to live with nothing fixed / Eu preciso viver com nada fixo
Don't tell me what's gonna happen next / Não me diga o que vai acontecer depois
I'm alright, I like the way this feels / Eu estou bem, eu gosto dessa sensação
Leave behind all the things I miss / Deixar pra trás todas as coisas que eu perco
The next stop isn't where you think it is / A próxima parada não é onde você pensa que é
'Cause tonight I'm riding off the rails / Porque essa noite eu estou saindo dos trilhos
'Cause we all fall down / Porque todos nós caímos

Everybody knows the end / Todo mundo conhece o fim
When the curtain hits the floor / Quando a cortina atinge o chão
Everybody knows the end / Todo mundo conhece o fim
Don't wanna get there wishing that you'd given more / Não queira chegar lá desejando ter dado mais de si
It's not over, 'till it's over / Não está acabado até estar acabado
So how do we begin? / Então como nós começamos?
When everybody knows the end / Quando todo mundo conhece o fim

Is where you hope you never say / É onde você espera nunca dizer
"I could have done it better" / "Eu poderia ter feito melhor"
And I'm gonna keep what counts and throw away / Eu vou manter o que conta e jogar fora
What doesn't really matter and I wanna die / O que não importa realmente e eu quero morrer
On the highest height / No lugar mais alto
It's not over / Não está acabado
'Till it's over / Até estar acabado
I wanna stay here forever / Eu quero continuar aqui para sempre
'Cause we all fall down / Porque todos nós caímos

Everybody knows the end / Todo mundo conhece o fim
When the curtain hits the floor / Quando a cortina atinge o chão
Everybody knows the end / Todo mundo conhece o fim
Don't wanna get there wishing that you'd given more / Não queira chegar lá desejando ter dado mais de si
It's not over, 'till it's over / Não está acabado até estar acabado
So how do we begin? / Então como nós começamos?
When everybody knows the end / Quando todo mundo conhece o fim

Everybody knows the end / Todo mundo conhece o fim
Everybody knows the end / Todo mundo conhece o fim
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Importância

27 de nov. de 2010

Suas memórias são meu passado,
Meu presente,
Meu futuro.
Te asseguro.

Envolvi-me em teus braços,
Envolvestes em meu coração.
Mas parece que nossos laços
Desatar-se-ão.

Desejei por momentos não ter me aproximado
Mas como eu disse,
Tu formas meu passado.
E agora está acabado.

Você fez de mim miserável.
Eu, por momentos, não entendi o que se passava.
Prometi que faria tudo isso deixar de ser instável,
Mas você disse que eu não lhe importava.

Então me diga que não há importância,
Saberei que tudo que fiz foi em vão.
Amigos desde a velha infância
Que em apenas um tropeço se vão.
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Daughters

O ponteiro do relógio dá uma volta com um ritmo agonizante. Olhar para este, extremamente velho, que se encontra preso em meu pulso causa-me arrepios que percorrem meu corpo da mesma maneira com que a chuva bate contra a lataria do meu carro parado em frente àquela casa. Contar o tempo de sua partida chega a ser doentio. Ver suas lágrimas caindo foi a gota d’água. Mas em meus devaneios a idéia que martela através da minúscula voz da consciência é que desde o começo eu talvez não tenha nada com isso.
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28 de out. de 2010

Você acha que eu sou um pouco realista demais. Você acha que eu realmente não me importo. Sim, eu parei de me indagar faz um tempo. Mentira. Eu me indago a cada segundo do dia. E sabe o que? Sim, isso dói. Dói o fato que eu sei que tudo acaba quando eu morro. Dói o fato que ninguém nunca se importou ou vai se importar com você. Dói que a natureza é egoísta. Que a aparência é o mais importante. Que tudo é fruto da ciência. Que magia não existe. Que você tem que crescer. Que tudo vai se acabar. Que tudo é sua culpa. E apenas sua. Dói. Dói muito. Mas isso não deixa de ser a realidade.
E pense bem, doerá muito mais no final quando você descobrir o que é a realidade porque você acumula esperanças durante toda sua vida. Esperança? Essa é apenas uma palavra que determina ingenuidade. Eu quis muito ser ingênua. Dói que eu não possa ser. Dói que eu queira o melhor para mim mesma. Dói porque eu sei a verdade. Mas doeria muito mais se eu não soubesse.
Então eu não me importo quando você diz que precisamos de crenças para viver porque eu já sei que precisamos. Mas só para enquanto nós vivemos nós nos sentirmos acolhidos. Mas no final vai doer mais se você descobrir a verdade: nada dura para sempre.
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Review: (500) Days of Summer

26 de out. de 2010


Título: (500) Dias Com Ela / (500) Days of Summer

Ano: 2009

Direção: Marc Webb

Atores: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Chloe
Moretz, Geoffrey Arend, Matthew Gray Gubler, Jennifer Hetrick, Minka Kelly

Censura: PG-13

Duração: 1h 35min


Eu acabei de assistir esse filme depois de muito tempo querendo assistir. Me disseram que era um filme chato e parado, mas mesmo assim eu ainda queria assistir. (500) Days of Summer fala sobre a paixonite que Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) tem por Summer Finn (Zooey Deschanel). Ele é um cara que desistiu de ser arquiteto para ter uma vida medíocre como escritor de cartões congratulatórios e ela é a nova assistente do chefe dele.

Devo dizer que às vezes a história é sim cansativa, mas é boa. Summer só faz o que quer, odeia compromissos e é bem espontânea. E Tom fica fascinado por ela. É como um amor a primeira vista, Summer é a garota dos sonhos de qualquer um.

Mas então isso faz com que Hansen sofra já que quer muito mais que casualidade com Summer e assim é narrado os 500 dias que passou gostando dela. No começo é como um mar de rosas, mas o ínico bem diz e cenas de dias são aleatoriamente mostradas, esta não é uma história de amor.

É um bom filme e a atuação dos dois personagens principais é muito boa, além disso, o filme possui a participação da Chloe Moretz (a Hit Girl de Kick Ass) que tem pequenas participações como a irmã confidente de Tom, Rachel. E tem um soundtrack muito bom.

3 estrelas.

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Crenças

24 de out. de 2010

Não acredito em deus.
Não acredito no demônio.
Não acredito em primavera.
Nem em outono.

Não acredito em amor.
Não acredito em igualdade.
Não acredito em terror.
Não tenho medo de tempestade.

Não acredito em pessoas.
Não acredito na verdade.
E antes que me corrompa,
Não me diga que existe maldade.

Não acredito em alma.
Acredito em coração.
Apenas no que bomba sangue
E que se desintegrará em seu caixão.

Não acredito em beleza.
Não acredito na esperteza.
Não acredito em promessas.
Muito menos nesta.
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News

19 de out. de 2010

Hey! Então, o blog vai entrar em uma pequena reforma, mas só pra atualizar por semana passada e essa semana:


Escrita: - 9 Crimes: Cap. 2

- Ain't it fun? : Cap. 1

- Daughters: Cap. 1

- Konstantine: Fase de criação

- Ignorance: Cap.2

- Projeto sem-nome: Cap. 2

Leitura: Completas: Algumas fanfics que eu acabo de esquecer haha

Incompletas: A carne dos anjos (cap. 4), Cap. 15 de Hot Addiction (Atualização da autora)

Review: Trabalhando em algumas.


É isso.. =)
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14 de out. de 2010

Maryann emergiu de seu cochilo com o barulho irritante da chaleira vindo da cozinha. Esfregou os olhos xingando-os por arderem como o inferno (assim como a chaleira pelo barulho e a si mesma por não ter comprado um colírio). Abandonou seu sofá e sua coberta e aconchegou seus pés em suas pantufas rosadas. Ainda não havia se acostumado com o inverno inglês, porém o som da chuva batendo contra a janela e a imobilidade de seus membros era até que confortante.
Não colocou as luvas para pegar na chaleira e de certa forma gostou do contato de seus dedos congelados com o utensílio quente. Colocou o objeto morno rapidamente em cima da pia e nesse instante ouviu o barulho (ainda mais irritante que o da chaleira) da campainha. A loira deu uma olhada rápida para o relógio na parede e viu que já era tarde se indagando quem poderia ser. A campainha tocou mais uma vez e Maryann resolveu atendê-la. Arrastou as pantufas até a porta e limpou o olho mágico embaçado de onde aproximou seu pequeno olho avermelhado. Deparou-se com a imagem de seu melhor amigo bastante molhado.
─ Tom! ─ exclamou enquanto voltava a esfregar seus olhos ao abrir a porta.
─ Hey Mary. ─ ele disse, ou melhor, sussurrou cabisbaixo. Maryann nunca vira Tom daquele jeito, ele estava devastado e ela não conseguia ao menos ver seus olhos direito, eles encaravam alternadamente ela e o chão. ─ Posso entrar?
O jeito como ele perguntou não era como se ele fosse sua visita quase todo dia e ao mesmo tempo foi como se ele pedisse permissão para fazer daquele lugar o seu próprio lar. Seu par de olhos castanhos suplicava, mesmo sabendo que ele não precisava fazer aquilo para convencê-la, não era por aquele motivo.
─ Claro, entre. ─ ela finalmente pronunciou abrindo caminho para que ele entrasse no lugar pequeno e aconchegante. Maryann fechou a porta enquanto Tom andava em direção à sala de estar.
─ Desculpe se te acordei. ─ ele murmurou novamente enquanto se apoiava na única parede que dividia a sala de estar da cozinha onde a garota entrou.
─ Não, imagine. Estava fazendo chá. Aceita? ─ perguntou do outro cômodo e recebeu um som que parecia de afirmação. Thomas encarava todo o ambiente, estava confortável e esperava esquecer tudo o que precisava esquecer.
Pode ouvir o som das pantufas de Maryann voltando a seu encontro com duas canecas na mão. Ela apenas tomava xícara em canecas, talvez por isso qualquer um diria que não era inglesa, o que de fato era verdade. Mas Tom havia se acostumado com suas manias e até aderido algumas delas através da convivência.
─ Então, ─ ela falou, Tom podia perceber que ela havia acabado de acordar por sua voz, sabia que ela iria falar que não. ─ Você vai me contar o que houve primeiro ou vamos assistir Back to the Future logo?
O garoto sorriu brevemente de volta mostrando suas covinhas, aquelas terríveis covinhas que deixavam ele mais fofo do que já era naturalmente. Tomou um gole de chá de sua camomila. Maryann o entregou uma toalha para que se secasse antes de responder.
─ Eu não sei. ─ era difícil olhar nos olhos dela agora, ele não queria fazê-la se sentir mal porque sabia que isso acontecia toda vez que ele lhe contava algo. ─ Eu e a Gi terminamos.
Tom falou rapidamente tentando logo colocar pra fora o assunto.
─ É engraçado porque eu sabia que depois de todos esses anos eu ainda não estava preparado pra isso, mesmo sabendo que ia acontecer. ─ estavam os dois encostados na parede ─ E o pior é que eu nem sei o que estou sentindo em relação a isso. Às vezes é até alívio. Mas Gi é uma pessoa amável...
─ Sim, ela é. ─ a garota sabia o que vinha a seguir. Ouvira a conversa de Giovanna com Izzy no dia anterior e Tom não sabia, mas sua culpa estava preenchendo cada espaço dela mesma. Ela gostava de Gi, gostava mesmo.
─ Ela não pode ser nada mais entende?
Mary deixou o silêncio predominar e se aproximou de Tom enquanto tomava mais um gole de seu chá. Não tinha o que dizer.
─ Eu acho que eu que vou pedir para assistirmos Back to the Future agora.
Ele a abraçou forte e ela retribuiu enquanto sentaram no sofá ligando a TV da sala. Era apenas um sentimento confortável. Para ambos. Finalmente.

Foi meu sonho de ontem e hm, Tom Fletcher, check, Eu, check, Back to the Future, check, foi um ótimo sonho....
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Random conversation

─ Você não me importa já faz um tempo. ─ Ele disse calmamente. Talvez eles preferissem mesmo o silêncio, nenhum coração ferido ou concertado, pelo menos eles poderiam ter seguido em frente.
Talvez nenhum deles realmente se importasse um com o outro no final e aquela era apenas a sinceridade transformada em palavras e não em silêncio. Mas era visível, não na voz ou na falta dela, era visível em seus olhos perdidos no horizonte que aquilo tudo feria e não cicatrizava. Talvez nada mais importasse a não ser eles mesmos, porém se esse talvez fosse realidade eles não conseguiriam se manter em pé por muito tempo.
─ E quanto a mim?
A pergunta dele não era para sair óbvia ou automática, entretanto esse foi o exato sentido em que ela saiu. Eles tratavam aquela conversa como qualquer outra onde você pergunta se a pessoa está bem esperando que ela afirme que sim e lhe pergunte se estás bem também por educação e você automaticamente responde sim.
Logo, a única diferença entre o diálogo de ambos e o citado acima é o longo tempo que a resposta demorou a chegar porque por qualquer flash da cabeça dela, ela considerou que talvez ele ainda importasse algo. Talvez fosse apenas carência ou saudade ou a amizade, mas todas eram importâncias.
─ Não. Não mais.
E este era o fim da conversa.
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news news and news

13 de out. de 2010

Então, queridos leitores invisíveis, como vão vocês? Vim aqui anunciar uma novidade. Na verdade, são mudanças aqui no InAb (isso me lembra inabilidade haha bons tempos). Primeiro, eu mudei esse layout, peguei um no BlogSkins e eu achei realmente fofo. Bom, outra mudança é que aqui no blog vai ter meio que uma separação de assuntos variados:

Escrita: Bom, aí são meus textos, músicas, etc... Qualquer coisa feita por mim.
Reviews: Resenhas de livros que eu li, filmes que eu vi, álbuns que eu escutei, etc.
Inspirações: Alguns textos, imagens, músicas que me dão inspiração e que merecem ter um tempo reservados para se apreciar.
Indicações: Na maioria das vezes indicarei blogs, fanfics, etc... E talvez faça review deles também

Bom, acho que é isso... Eu acho que vou ter mais tempo pra escrever já que o ano tá acabando e como eu já passei de ano (só precisava de 20 míseros pontinhos conseguidos bimestres passados) vou poder vagabundiar (se escreve assim?) por aí, escrever, entrar pra minha aula de baixo, me inscrever na Super City e acho que só.

Um beijo e um queijo
(Nossa, que gay, anyway, bye)
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Singularity - Day Four

7 de out. de 2010

Ela adormeceu no meu lado até o quarto dia. Esse se seguiu como um intermédio para o quinto e último dia. Minha obsessão agora poderia ser sanada em pequenas doses de seu incômodo ao meu lado. Ela saiu do quarto pensando que eu não a tinha visto e eu saí por sua janela durante a madrugada. E eu apenas tornei a vê-la durante o crepúsculo na mesma cafeteria do primeiro dia.
Amélie não percebeu minha presença durante uma hora. Eu a encarava do lado de fora com meu cigarro na boca. As ruas não estavam cheias, isso tinha a ver com o anúncio do Parque de Diversões que se depositava em todos os postes e rádios que observei da casa dela até a cafeteria. Amável.
O silêncio se tornou agradável para mim, naquela cidade onde o movimento não era algo tão notável eu cresci em paz. Ou algo assim. Ao menos minha antiga casa tinha barulhos peculiares dos gritos dos meus pais. O que era totalmente diferente da casa dos Finigan, eles eram bastante quietos, durante minha estadia não ouvi sequer um barulho vindo dos outros andares. E eu tinha muitas dúvidas em relação à Amélie e sua família (que eu também não vi em minha estadia). Uma delas era se o homem que gritava com ela fazia parte.
Depois de alguns minutos, enquanto eu estava apoiado nas sombras de um poste que fazia parte da fachada da cafeteria onde eu podia observar toda ela e os clientes provavelmente não conseguiam me ver, eu avistei uma silhueta pequena abrir a porta.
O vento frio a obrigara a vestir aquele sobretudo e ela ficou parada alguns instantes até andar até a minha ainda mais fria sombra. Ela tremia de frio e ficou encarando meus olhos durante um bom tempo. Eu não fiz muitos movimentos além do que incluía levar o meu cigarro até a boca e depois de dar uma tragada, abaixar minha mão.
Depois de toda essa imobilidade ela se aproximou um passo e abriu a boca e logo a fechou novamente. Sem sair qualquer som dela, apenas pude ver uma fumaça de ar quente parecia com a que meu cigarro fazia.
“Isso vai lhe matar.” Ela falou em seguida. Eu esperava que algo mais produtivo saísse de sua boca.
“Isso o quê?”
Nós. Foi isso que esperava de sua boca e aposto que ela quase pronunciou essa palavra.
“O cigarro.” Amélie disse olhando enquanto eu o levava novamente até a boca ignorando seu comentário.
“Esse não é meu único vício.” Eu disse indiretamente enquanto deixava de encostar no poste e me aproximava até ficar do lado dela. “Se quiser ando com você até sua casa.”
Ela afirmou com a cabeça e me seguiu em direção à esquerda da cafeteria, em direção à sua casa.
“O que você fazia ali?” Ela disse e depois concertou para que não soasse óbvio “Além de alimentar seu vício?”
“Eu fui alimentar meu outro vício.” Falei e ela retraiu me olhando com o canto dos olhos e parando de andar. Já estávamos a uma quadra e meia da cafeteria e eu as contava para ver se não errava o caminho, tentando memorizar.
Eu vi a preocupação nos seus olhos depois que andei mais alguns passos e virei para trás para ver onde ela havia parado. Estávamos dois passos de distância um do outro. Toda aquela tensão estava a incomodando. Havia sido bastante rápido para nós aqueles últimos três dias. Até para nós. A singularidade de cada um de estava ferida por nossa aproximação. Ficamos perigosamente perto no dia anterior e fizemos algo que não cogitava em nossas cabeças. Passou de um beijo inocente. Fizemos o que eu faço com garotas nem um pouco inocentes. Eu quebrei a inocência que fazia parte de sua singularidade. Ela quebrou a indiferença que fazia parte da minha. E então estávamos ali, perdidos na bagunça que havíamos feito. Cara a cara.
“Eu não sei o que estamos fazendo, Hiver...” Ela se pronunciou. Sua face determinava medo. Medo do que poderia acontecer depois. No que eu faria para ela. “Até uns dias atrás nós simplesmente ignorávamos a existência um do outro. Eu acho que nós deveríamos simplesmente esquecer o que aconteceu.”
Eu não me mexi. Nem mesmo eu tinha consciência do que estávamos fazendo, apesar disso tudo parecer claro na primeira vez que eu me arrisquei a ouvir suas palavras.
“Diga para eu me afastar e eu me afastarei.” Eu quebrei os dois passos de distância e logo senti seus lábios conectados aos meus. Aquela sensação de prazer era como o meu cigarro. Ela era meu novo vício. O gosto era peculiar, mas o prazer era imensurável e viciante. Ela era meu vício e aquilo me mataria mais rápido que qualquer cigarro. Amélie Finigan havia arrancado toda minha singularidade, eu estava vazio, apenas com seu gosto ali me corroendo. E a dor era ótima.
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Singularity - Day Three

O terceiro dia se seguiu com eu sendo acordado por alguém enquanto tentava descobrir em qual lugar estava. Era ela. E por um momento eu pensei que não fosse realidade até sua voz doce me confortar.
“Estamos em minha casa.” Ela murmurou. “Você ficou tão exausto. Encontrei-te essa manhã no jardim e pedi para o jardineiro para me ajudar a trazê-lo para cá.”
Hm balbuciei enquanto esfregava os olhos e a encarava sentada na ponta da cama. Eu estava em seu quarto, presumi. “Obrigado, Finigan.”
“Chame-me de Amélie.” Ela falou e eu não sabia como aquele nome soava tão angelical de seus lábios que eu poderia recitar Shakespeare e ainda não expressaria a beleza de Amélie. “E, aliás, eu ainda lhe devo uma. Desculpe-me por ter sido grossa contigo outro dia eu apenas...”
Ela se calou ao perceber a insegurança em sua palavra, eu me coçava para perguntar para ela o que foi o ocorrido no dia anterior no estacionamento e ela percebeu isso e não lhe agradou muito.
“Se quiser pode ir, Hiver.”
“Não.” Eu disse e me esforcei para isso não soar rude, mas com ela e necessário mais que esforço, então apelei para a reparação. “Por favor, não me chame de Hiver. Se lhe chamarei de Amélie chame-me também por meu primeiro nome.”
Ok... Heinrich.” Ela falou hesitada. “Tenho uma pergunta.”
“Só a respondo se responder a minha e creio que não irá.” Falei, mas notei que a curiosidade dela era maior.
“Então esta será uma afirmação: Você está sendo legal comigo.”
Suspirei.
“Então aí está outra afirmação: Eu realmente acho que você está com algum problema e não quer me contar.”
“Como eu disse, você está sendo legal comigo. Você nunca foi legal comigo. Conheço pessoas inconstantes de vista.”
“E...”
“Pessoas inconstantes não são confiáveis.”
“Me sinto ofendido.” Eu disse. Essa era uma boa palavra para me descrever, vou adicionar ao meu currículo: inconstante. Quem sabe eu não arranjo um emprego em um circo?
“Você não se sente. Você é inconstante. Vai logo passar.” Ficamos em silêncio e a observei me analisando, não fiz menção em levantar, estava terrivelmente cansado e dolorido e sua cama era macia como sua pele e tinha seu cheiro singular.
"O constante é demasiado sem-graça."
“Mas você é orgulhoso...” Ela adicionou quando fechei os olhos para descansar as pálpebras. “Posso ver em teu olhar. Ele menciona você. E apenas você.”
E aquele jeito de se comunicar por um momento pareceu certo e coerente para nós, porém ela não deixava em qualquer momento de ser a garota pelo qual eu sentia ódio, aquela inocência que a cada momento que eu me aproximava parecia ser quebrada por meu desejo ostentoso de tocar seus lábios vermelhos, de apalpar sua pele de veludo.
Eu estava perigosamente perto, ela percebeu, não só fisicamente como emocionalmente. Ela havia mudado de estado, perdeu o conforto em sua própria cama, ao meu lado e esse desespero eu pude ver em seus olhos quando me aproximei.
Ela não se afastou, permaneceu intacta. E eu tentava procurar em seus olhos a razão de cada ação, cada movimento, cada palavra dela. De alguma forma ela não sentiu nenhum arrepio quando eu a toquei novamente e me aproximei de seus lábios.
Era caloroso, era doce, era rude, era desesperado, era desejável e inocente. O seu gosto era de singularidade, não havia outro gosto como aquele, não havia outro corpo que eu não desejasse manter deitado abaixo do meu. Que eu não desejasse beijar cada milímetro em meu desespero, com meu desejo de ter mais e mais daquele gosto, de quebrar sua inocência e torná-la impura. Pois eu pensei que isso me reconfortaria.
E reconfortou. Mas por apenas um momento.
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1973


Ouçam 1973 do James Blunt enquanto leem

Querida Simona,

50 anos. Um longo tempo a ser percorrido, mas por você parece ser tão fácil quanto fumar o último cigarro de seu maço. A pele, que por uma vez chegou a ser tão macia ao meu toque e sem sequer alguma imperfeição agora estava descuidada e mostrava cada marca por tudo que você havia passado. Ela refletia seu passado, por mais misterioso que ele seja para mim.
São poucos os momentos que você parece feliz agora, sequer sóbria. Os ossos fracos que os anos te tomaram tornam tudo mais difícil enquanto o peso de um trabalho, de uma família, causa em ti, há bons anos atrás o vestígio de uma vida era tão fraco e iluminado por sua juventude. Ah, Simona, eu me lembro mesmo que vagamente de como tudo acabou. E ficará pela minha memória pelos próximos 50 anos ainda.

Simona, you're getting older
Your journey's been etched on your skin
Simona, wish I had known that
What seemed so strong has been and gone

Anos dourados. Tão dourados que refletiam em seus olhos cor de topázio, reluzindo enquanto eu podia ver sua silhueta juvenil adentrando a porta. O sorriso que me era tão familiar enquanto você andava em seus passos lentos pela porta é uma memória que eu desejo não esquecer. Seu vestido cheio de lantejoulas deslizava pelo teu corpo enquanto você andava até mim. Éramos uma boa dupla não?
Aquilo já era rotina, mas aquele dia era ainda mais especial. 22 de fevereiro de 1973. Seu aniversário de 18 anos. Mas quem diria que algum dia você chegaria a isso? Diziam que você estava pré-destinada a morrer aos 17 de tanto dançar em uma pista de dança com uma vodca a mão e um maço de cigarros na outra. Parecia tão... Você.

I would call you up every Saturday night
And we'd both stay out 'till the morning light
And we sang, "Here we go again"
And though time goes by, I will always be
In a club with you in nineteen seventy three
Singing, "Here we go again"

E ainda lembro-me de tua voz, tão doce, suave que percorria todo o recinto como os sinos da igreja que avisavam sua chegada. E todos os olhares se reverenciavam para a bela moça que se mexia na pista de dança. E sua voz cantava cada trecho da música ao meu lado. Entre goles de vodca e risadas histéricas. Nós dávamos conta de tudo aquilo.
Eu a lembro cantando Ticket to ride, você venceria Paul, George, Ringo ou John em qualquer concurso de karaokê. E então você canta Lucy in the Sky with Diamonds jurando que daria o nome de sua filha de Lucy se não morresse antes de tê-la. Não sei se o fez. Aquela foi nossa última noite juntos.

Simona, wish I was sober
So I could see clearly now the rain has gone
Simona, I guess it's over
My memory plays out to the same old songs

Suas madeixas negras ressaltavam sua pele tão branca, seus lábios tão vermelhos e seus olhos tão brilhantes. Não desse negro ou desse branco ou desse vermelho ou desse topázio que você possui hoje. Todas essas cores que formavam a minha Simona agora eram apenas tonalidades de cinza. Aquelas roupas douradas como os anos que vivenciamos juntos agora eram o bege mais sem graça do cetim mais ordinário. Aquela voz que soava como sinos agora está rouca.
Você morreu por dentro. E eu não estive lá para vivenciar todos esses anos.

I would call you up every Saturday night
And we'd both stay out 'till the morning light
And we sang, "Here we go again"
And though time goes by, I will always be
In a club with you in nineteen seventy three
Singing, "Here we go again"

Você se pergunta ao menos o por quê? Você ainda se preocupa em se lembrar quem eu sou? Porque saiba que eu sempre me lembrei de você, em cada segundo da minha vida que não foi a única a não ascender ao auge. Eu tinha plena certeza que aquele não seria seu auge. Oh, Simona, como eu estava errado.
Eu me lembro do cheiro do seu perfume de framboesa que me fez pensar que era tão certo estar com você naquela noite. Eu estava errado, novamente. Ou você se atreve a dizer que não.

I would call you up every Saturday night
And we'd both stay out 'till the morning light
And we sang, "Here we go again"
And though time goes by, I will always be
In a club with you in nineteen seventy three
Singing, "Here we go again"

Não sei. Seres humanos são tão otimistas que isso acaba sendo um pessimismo da parte deles. Não me pergunte o por quê. Não quero estar errado novamente. Isso seria otimismo de minha parte? Ou talvez fosse pessimismo?
Não tenho a mínima idéia se isso chegará a você. Espero que sim porque, Simona, eu esperei minha vida toda para te dizer algo que eu nunca soube o que. E finalmente eu consegui resumir todo esse relato em uma frase:

I would call you up every Saturday night
And we'd both stay out 'till the morning light
And we sang, "Here we go again"
And though time goes by, I will always be
In a club with you in nineteen seventy three
Singing, "Here we go again"

Enquanto o tempo passar eu sempre estarei em uma boate com você em Mil Novecentos e Setenta e Sete.

James, o qual você um dia chamou de melhor amigo

And though time goes by, I will always be
In a club with you in
Nineteen
Seventy
Three
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Conversation

3 de out. de 2010

Olá.
Hey…
Você está bem?
Uhum...
Hum...
Você realmente só está aqui para me perguntar se eu estou bem?
Não.
Então por favor, seja rápida. Eu preciso de algum tempo para apreciar a solidão.
Eu tenho que dizer isso... Não foi sua culpa. Digo, nós dois não poderíamos imaginar o que tudo seria realmente. E eu quero que você me perdoe porque se não eu terei de fazer algo que eu realmente não quero.
O que?
Eu terei que te implorar.
Por que você não faz isso? Seria agradável. Não, espera, você não consegue ser agradável.
Nós realmente precisamos disso?
Sim, nós precisamos. Você sabe disso. Porque foi basicamente essa coisa de implorar desde o início.
Então você acha que esse é o nosso problema?
Eu não o vejo como nosso problema. É o meu. O seu problema é precisar disso. Então você vem aqui e me pergunta se eu estou bem quando eu nunca estou. E meu segundo problema é dizer que eu estou bem ou pensar que eu estou bem quando eu estou com você.
Então não é verdade?
... Eu não sei. Eu não sei nada agora. ... Você deveria ir.
Eu não quero.
Você está fazendo tudo isso de novo. Você está tentando ME fazer implorar.
Quem implora é o perdedor agora?
É o nosso círculo vicioso.
Eu te amo.
O quê?
Eu te amo. E se você quiser eu posso implorar para você dizer que também me ama.
E se eu não te amar?
Então eu posso implorar para que pelo menos você não se vá.
Você não me ama.
Por favor.
Você não me ama.
Eu estou implorando. ... O que você está fazendo?
Eu estou implorando também. Mas eu estou implorando ajoelhado porque é o único jeito que eu encontrei de você entender que eu te amo mais para continuar com esses jogos. Eu não devia. Eu devia me amar mais, mas eu tentei. E eu não consigo. Então por favor, destrua minha vida, leve meu coração contigo, me diga um milhão de vezes que me odeia e faça tudo novamente.
Por que eu faria isso?
Então eu vou te implorar para voltar e você vai finalmente me deixar, depois você estará cansada e desistirá. Então eu posso provar à mim mesmo que eu sou capaz de morrer infeliz. Porque agora eu estou apenas provando que não sou capaz de viver sem você.
Eu te odeio. Você me tornou uma pessoa melhor.
Não, eu te tornei uma pessoa, invulnerável a sentimentos alheios. Mate-me por isso com a pequena parte desumana que eu deixei dentro de você. Mate-me com seu amor.
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One Man Drinking Games

13 de set. de 2010

Because before too long you’ll be a memory

Seus olhos se fecham em um passe de mágica enquanto o calafrio corre a espinha até que tudo se tornasse negro e pudesse ouvir uma risada alta e animada no fundo. Era a risada singular dela. Só dela. E então a imagem se torna clara e a menina correndo contra o vento, achando engraçado mantê-lo em suspense. A seguiu. Como um ato involuntário, como se parecesse a coisa certa a fazer.
E então a imagem de grandes jardins surgia, todos bastante verdes apesar de já estar escurecendo. E eles se depararam com o quintal de sua velha casa, ela entrou e desapareceu. Com um sorriso no rosto você a seguiu, mas desta vez pulou sua cerca e escalou até sua janela, seguindo a bela risada.
Deparou-se com ela e estava escuro, enquanto se juntavam e você se aproximou do ouvido dela e sussurrou que a amava enquanto a apertava forte em seus braços e ela com destreza se desvencilhava de suas roupas e vocês se deitaram em silêncio assim como o sonho anterior onde capturavam vagalumes e contavam na ponta dos dedos os anos que passaram juntos. Na velha infância. E ela quase derramou lágrimas enquanto vocês se despediram.
E agora você abre os olhos e se pergunta se poderia dizer que a amou mais. Mais ou menos do que deveria, mas amou-a mais que ela te amou.
E você lembra de envolvê-la e sussurrar que tinha o direito de dizer que o calor vinha de você e ela ouviu seu coração parar de bater e queria não chorar enquanto sussurrava que eles haviam a dito uma história de despedidas ruins. Então ela jurou que te viu rindo e você jurou que a viu sorrindo e a época em que vocês passaram juntos era para durar um bom tempo. Você guardou aquele pedaço dela, aquela carta que continuava contigo e que você carregaria para o seu túmulo.
Você poderia ter dito que a amou mais? À garota que um dia será o anjo da salvação de alguém. E então você leva o copo até sua boca. Iremos brindar pelas memórias que compartilhamos, pelas esperanças e cuidados, por dois jovens descuidados inconscientes de sua ida. Porque antes de muito tempo você será uma memória. Porque antes de muito tempo ela será apenas uma memória.



(Mariana Travain)


Baseado na música homônima do Mayday Parade
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Fireworks

31 de ago. de 2010



Os fogos de artifício se entenderam no horizonte prolongando sua jornada e então causando um barulho estrondoso e se multiplicando em milhões de faíscas que atravessavam o vento e provocavam uma imagem extremamente bonita.
A música era aquela para ele, a única que o torturava assim como ela o torturou. Ele mirou pelo canto de seus olhos e a viu parada ali. Não importava mais e os dois sabiam disso. Ele se tornara apenas um daqueles milhões de faíscas que provocavam uma vida incômoda para ela. Ele percebeu.
Percebeu que era hora de libertá-la. Pois mesmo depois daquele barulho ensurdecedor e aquela bela imagem, os fogos de artifício não o incomodavam mais.
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Singularity - Day Two

E assim veio o segundo dia, após passar um bom tempo intacto na poltrona do escritório do meu apartamento no primeiro, o pensamento que sempre se encadeava ao mesmo motivo me tentava levar à loucura. A monotonia se preenchia de novo em minha singularidade e esta ali. Ela estava se reerguendo. O maço de cigarros no braço da poltrona me acompanhava. Talvez como um combustível, já que eu não fazia questão de abastecer a geladeira.
Levei o cigarro que se encontrava no meio dos meus dois dedos à boca em um movimento que não mais parecia ser de um eloqüente. Tudo porque quando eu comecei, eu soube que aquilo ia me matar e eu não ligava, o cigarro me ajudava a refletir, refletir sobre ela.
Aquela sensação prazerosa se assemelhava a ela. Ela tomava conta de mim por mais que eu odiasse admitir. Naquele momento ela pertencia a mim, eu fixei isso em minha mente naquele segundo dia. Pois com minha singularidade reconstituída eu sentia a necessidade de ir até lá para afetá-la novamente. Era um vício, talvez o único que eu me arrependia de ter, mas sem dúvidas era o que me provocava mais prazer.
Estava particularmente frio naquele dia, uma virada extrema de temperatura, eu gostava disso. Dava-me uma sensação de conforto interno, pois o frio sempre se resumia a mim. Hiver, meu sobrenome, significava Inverno em francês. O sangue frio corria em minhas veias.
Mas teve algo que me incomodou enquanto eu andava em rumo à cafeteria, pela primeira vez, a sensação de frio não me parecia confortável. E a partir do momento em que o frio já não me é confortável eu perco qualquer certeza que eu posso ter sobre minha definição. Eu me sentia com frio, desprotegido.
Era isso que martelava em minha cabeça enquanto eu virava para o próximo quarteirão, as ruas não possuíam muitas pessoas, nunca possuíram, mas no frio ninguém aparece. No frio, os singulares não são os que ficam em casa e sim os que saem.
E com essa certeza, a próxima cena seguiu tão coerente. Enquanto andava observei um dos vários becos das ruas e eu tive algo que depois descobri não ser alucinação. Eu vi aquele corpo frágil e pálido que sempre passava sinal de insegurança. Ela não estava sozinha, outro corpo estava ali, muito maior que o seu. Um homem alto e bem mais velho que ela, deveria ter uns quarenta e poucos anos. Cabelos ruivos, cor de fogo.
Ele gritava com ela em alto tom, mas de modo com que a conversa só ficasse entre os dois. Eu estava a uns dez metros de onde tudo acontecia. Era o beco perto do estacionamento de uma conveniência. Ele a pressionava contra um dos carros apontando o dedo sujo em sua cara que estava rosada. Ela segurava o choro, eu conhecia aquela expressão porque tantas vezes eu fui a causa dela. Aquelas duas amêndoas inchadas, o lábio inferior muito mais vermelho do que o normal mordido pelos dentes.
Senti nojo. Não dela. Dele. Por fazer isso com a minha menina. Eu era o único que a deixava daquele jeito e ponto final.
Ele se afastou enquanto ela fechou os punhos e caiu sentada no chão, fingi que era apenas mais um ali e ele passou por mim rapidamente exalando um cheiro de álcool no ar. Voltei meus olhos a ela. Eu poderia ir lá. Eu precisava ir lá. Porque eu tinha que cometer aquele novamente, pois aquela maldita idéia não havia saído da minha cabeça e eu não me importaria de me arrepender quando já estiver lá, mas eu não a deixaria.
Então posso dizer que sou e não sou culpado de sua miséria. Eu a salvei, daquela vez, pois os segundos em que meu olhar se submeteu a um abraço no olhar dela tudo se tornou obsessão. E talvez toda a obsessão se tornou correspondia. E tudo isso se tornou plural. E o singular não era mais ela.
E passamos o dia ali, me sentei ao lado dela sem dizer nada novamente. Sei que ela notou minha presença e fez questão de me agradecer com um leve sorriso por trás de algumas lágrimas. E eu a toquei. Percorri meus dedos grossos e secos pela pele pura e macia de sua inocência.
Percorri toda a linha de sua bochecha, seu queixo e seu pescoço. Voltando e iniciando até que na quinta vez afaguei seus cabelos macios enquanto limpava suas lágrimas com minha outra mão.
Eu sentia uma leve hesitação nela, mas não era nada que ela pudesse emitir com os lábios. E o mesmo percorria em mim. Era calor. E mesmo que eu odiasse calor, naquele segundo dia me acostumei a ele porque no final uma palavra bastou para meu fluxo de prazer:
“Obrigado, Hiver.”
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Singularity - Day One

30 de ago. de 2010

A angústia estava presa em seus olhos enquanto aquelas duas grandes amêndoas despejavam lágrimas solitárias procurando por ajuda. Eu estava ali, senhores. E eu não era capaz de fazer qualquer movimento para mudar a situação, não apenas pela dor na juntura de meus ossos e a ardência dos meus músculos, era porque eu era fraco. Fraco o suficiente para não abrir mão de meu orgulho por ela. Mas eu não o faria hoje ou amanhã. Não, senhores, chamem-me de covarde, mas eu simplesmente não o faria.
Eu tinha mil e um motivos e cento e vinte horas que me levariam a abraçá-la e tirá-la dali, dizer que está tudo bem e sentir seu calor contra minha pele gelada. Mas eu havia menos de dez motivos que me afetavam diretamente para não fazê-lo e talvez eu provocaria o pior erro de minha vida, admito que fiquei em transe durante todo o momento em que a vi clamando por meu nome.
Preciso começar de onde tudo nos levou. Nos: Pronome pessoal oblíquo da primeira pessoa do plural. Plural. Talvez, essa poderia ser a palavra mais certa e a mais errada para definir o começo. Talvez, por sermos tão singulares que se nos juntássemos o plural fizesse sentido afinal. E tudo porque obsessão, senhores, não é tão singular quanto aparenta.
A cinco dias do momento onde parei a poucas linhas é onde eu defino essa estreita linha entre o começo e o fim. Eu a havia visto tantas vezes durante minha vida que sua presença, para mim, nunca foi nada além de incômoda, quando a notava. Mas a quase exatas cento e vinte horas, de tão preso ao meu mundo me tornei parte do dela.
Ela estava ali, apoiada na mesa da cafeteria, o queixo apoiado em sua mão esquerda, a pele branca – mas não tão branca quanto a minha – dava impressão que era feita de veludo, os cachos castanho-escuros presos em um coque mal feito, sua boca naturalmente avermelhada sendo a cada minuto, mordida por seu dente quase perfeito e os olhos por trás dos seus óculos que pareciam duas grandes e fartas amêndoas em uma véspera de natal. Ela parecia encarar o nada, ela estava ali, em seu mundo, o que eu faria se naquele dia não procurasse por algo menos monótono. Eu desejaria ter continuado em minha monotonia.
Meu ódio por ela não era centrado por algo que ela fizera, sua inocência me enojava. Mas de algum modo, por alguns segundos – devo dizer –, meu desejo não foi de jogar uma nota de dez libras no balcão e sair. E então eu segui para mais uma das ações da qual me arrependi. Levantei-me, não com o intuito de ir, e meus, amaldiçoados sejam, pés seguiram até a mesa onde ela estará sentada. E isso foi um erro. Pois ao me colocar de frente a ela quebrei toda a singularidade que tínhamos e que ela nunca iria notar em mim, pois ela era inocente demais para isto. Vi os poucos raios de sol iluminar seus cachos e ela não mencionou dizer nada, apenas insinuou um leve sorriso com o canto dos lábios.
Aquele silêncio talvez foi nossa melhor conversa, pois foi dele que me aproveitei dias anteriores, observando-a, explorando sua singularidade e se esquecendo da minha. Pois eu notei que no final do dia ela voltava para casa. E era isso. O silêncio abastecia o meu dia por olhares cautelosos dela para seu livro ou para o horizonte até o anoitecer, onde ela fazia seu caminho para sua casa, onde, cria eu, ela sentia todo o afeto do qual não se apoderava o meu silêncio.
E tudo isso parecia um motivo para eu ir até ela e sentar-se ao seu lado naquele maldito dia de outono. Pois agora, não só a minha, mas a singularidade dela fora quebrada. Pelo plural. Pela minha obsessão.
Não precisávamos trocar muitas palavras, eu apenas tentava ler sua mente através de seus olhos, sim, aquelas bolotas que guardavam sua singularidade e que não pretendiam perdê-la tão cedo. Creio que agora os senhores entendam do que disse ao começo. O desejo revelado em sua singularidade era o que eu queria explorar e o silêncio ajudou nos primeiros momentos, mas em alguma hora eu seria obrigado a pronunciar. E este momento eu temi de ter deixado para ela.

“Por que estás aqui?” Ela perguntou com sua voz doce, mas que escondia o percentual de ódio que ela possuía por minha pessoa por momentos passados. Ela me ignorou, sempre, e eu, não algumas e sim muitas vezes, tirei vantagem de sua peculiaridade. E nossa comunicação anteriormente se baseava em ofensas. E quando ela as respondia é como se eu alimentasse um pouco do meu prazer pelo ódio.
Mas aquele momento em que nossa comunicação mudou de nível era como se eu não conseguisse me comunicar. Demorei a achar palavras em minha cabeça que descreviam o motivo de estar ali. A razão que antes parecia clara o suficiente agora se desvairava com os todos os outros motivos inúteis que eu tinha para não estar lá.
“Eu gostaria de pedir desculpas.” Menti. Essa era minha regra para não ter o que dizer, eu apenas mentia. Eu nunca me arrependi de uma palavra que disse a ela até aquele momento, mas este momento parecia tão oportuno que eu não teria mais o que dizer. Ela franziu o cenho, eu levantei a sobrancelha, movimentos sincronizados. Ela estava surpresa e eu tentei tornar aquilo menos constrangedor. Eu poderia ter me levantado naquele momento ou apenas proferido mais uma ofensa, pois assim teríamos nossa comunicação novamente. Mas não. E eu pude ver em sua singularidade que ela pode notar o pouco do plural que a havia afetado.
“E o que lhe leva a pensar que eu as aceitaria?” Perguntou ela. Por um momento olhei para o meu reflexo no vidro de sua xícara vazia de café e percebi que a partir do momento que eu comecei a observá-la todos os dias perdi minha singularidade. Ela não estava mais ali, não visível aos meus olhos, mas ela não tinha o feito por mal. E então fiz o que tinha adiado, levantei-me tentando não me deparar com os olhos que se surpreenderam com tudo aquilo.
“Como quiser, Garotinha do Papai” E foi assim que eu voltei à nossa comunicação, da qual me arrependera de ter rompido. Não a observei antes de sair, apenas deixei as libras no balcão e saí. Mas isso não já fazia diferença, pois naquela hora eu brotei algo que analisando-a mais tarde pude perceber. Ela estava arrependida. Porque sua inocência tornava seu ódio em arrependimento e esse, era seu pior defeito.
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Hyperthermia



"- Talvez você esteja com frio – ouvi a voz rouca de atrás de mim e pressionei fortemente meus olhos, a fim de orientar-me.
Ele alcançou-me o casaco e eu o vesti sem o fitá-lo. Voltei a me escorar na grade e observei imitar-me. Entretanto, o envelope em suas mãos chamou-me atenção. Inclinei-me em sua direção e observei o riso pendente sobre seus lábios em direção às fotos que mais cedo Sean havia me entregado.
- Não, não – falou sorridente e riu pelo nariz em seguida – Você é safadinha. E dizer que aquela noite eu deixei tudo isso escapar – ele falou segurando a foto e passando o polegar sobre minha imagem.
Me senti enjoada e cruzei os braços fortemente sobre meu corpo.
- Você é doente – eu disse com a voz fraca e riu.
- Eu? Tem certeza? A única doente aqui é você. Eu gostaria de não dizer-lhe todas essas coisas. Mas é simplesmente engraçado ver a forma como tenta fugir e acaba fazendo as coisas mais erradas ainda. Você se preocupa com as pessoas ao seu redor, mas a quem mais está machucando é você mesma – ele disse sério e eu observei o brilho carinhoso em seus olhos e senti saudade do calor de seu corpo e do sorriso singelo – Você é a doente aqui.
- Você não precisa jogar isso na minha cara, sabe – suspirei derrotada e senti o corpo de atrás do meu, à medida que suas mãos passavam por cima dos meus ombros.
- Para qualquer doença há um médico, – ele riu e eu me permiti sorrir enviesado, observando nosso turvo reflexo no rio por um longo instante, em silêncio.
- E você poderia me dar o diagnóstico, doutor? - eu falei algum tempo depois, abalada.
- Bem, eu tenho observado – ele disse e suas mãos entraram por dentro de meu sobretudo e acariciaram minha barriga por cima do vestido – Longe de mim, você é tão fria... Tão apagada. E perto, é como um raio de sol. Nós temos um problemão.
- Por que, Doutor?
- Extremos casos de temperatura. Longe de mim, hipotermia. Perto, hipertermia.
- Eu vou ter que lidar com uma das duas – disse, dando de ombros e sorriu contra a pele nua de meu pescoço.
- E qual você prefere?
- O calor. Sempre o calor – disse e me virei para grudar nossos lábios num beijo saudoso e ardente. Hipertérmico. "

***

Hyperthermia é uma das (senão a) minha fic preferida, então resolvi postar uma parte dela para vocês vale a pena ler. Mas lembrando que tem muuuuuitas cenas hm... inapropriadas para dizer nesse horário. Mas quem quiser (e tiver mais de 18 haha):
http://fanficobsession.com.br/fictions/hyperthermia.html
Obs: Ela é interativa.
Não é minha! Todos os direitos reservados a autora Ana Vedrod. E a capa também não fui eu que fiz.
E ah! Depois faço um edit com a resenha dela...
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A hotel called pain

25 de ago. de 2010


In the middle of the road
It’s midnight
The demons are out to play
I should be hungry
But I don’t feel this way

Half way nowhere and I
Finally stopped to rest
I must be thinking about forget the past
But I rested too much
And as closer as the night was
The floor would bring all down
So it happened again
And realize I would make a stand
In a hotel called pain
A hotel called pain

So I got I pen
And wrote down
Every single lie
Every motive, every reason
For my mind to die
And I found nothing
Nothing at all
So I tried to pretend
That in my phone there were no calls

In a hotel called pain
A hotel called pain x2

One year of night in Hotel of Pain
And so much used with the knocking everyday
I think of hunting again
The demons of my mind

In a hotel called pain
A hotel called pain x2

Oh, Lonely and scary road
Don’t you bring me down
Happiness and pain
Won’t be around
In my fences of skin and bones
Sometimes is so much harder in my throat

And you know it that is something wrong
When you start to feel comfortable
In a hotel called pain

Now I realize I made a stand
In a hotel called pain
A hotel called pain

***

Musiquinha que eu fiz esses dias... Quero ver se arranjo um bom ritmo pra ela no piano e depois no violão eu pesso para alguém...
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Falling in Love

20 de ago. de 2010

O telefone parece cada vez mais atrativo. Os meses passaram lentos e torturantes e então era Agosto e a chuva batia contra a janela. A angústia toma conta enquanto pensar em outra coisa parece ser o ceto no momento. Um ano e meio. E você realmente pensou que aquilo não mais te incomodava, por puro narcisismo.
Você não o amou. Mas deveria ter aguentado, não deveria ter desistido ou saído de perto. Ele valia a pena, ao menos.
As últimas palavras ainda eram claras e você sabe que nào deveria ter dito tudo aquilo mas não importa mais. Você precisa dele. E isso te incomoda, mais do que o telefone sem tocar durante todo aquele tempo.
Você não tem a mínima ideia do quê vai dizer quando ouvir alguma palavra, mas você ainda se sente arrependida. Você desejaria ter realmente se apaixonado.
Então você não aguenta mais uma noite sozinha, respira fundo e pega o telefone. Silêncio. Mas depois ele disse:
"We could've falling in love"
E isso é tudo. Duas mentes vagando por aí, se arrependendo de algo que não fizeram. De algo incontrolável.
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All About You

17 de ago. de 2010



“O que houve?”
Perguntei virando para ela quando ouvi um suspiro longo. Ela estava ali, sentada em cima do balcão. O rosto naturalmente pálido e as bochechas levemente rosadas, as madeixas castanhas caindo em seus ombros em ondulações, seus olhos azuis cheios de tristeza e sua boca, aquele meio tempo entre grosso e fino que era mais avermelhado que o normal. E ela estava ali, ela definitivamente estava ali.
“Nada. Apenas... Essa música.” Ela murmurou com sua voz delicada e aveludada enquanto fazia uma leve força para descer do balcão. Terminei de secar a louça e lavei as mãos, estava tão distraído com seus olhos que não ouvi que o rádio soava baixinho All about you. Fiz um sinal de interrogação com minha testa como se perguntasse o que tinha aquela música, ela pareceu esboçar um leve sorriso no canto da boca por minha curiosidade.
“Traz-me de volta a alguns momentos.” Ela disse e nós passamos um bom tempo em silêncio. O refrão chegou e ela começou a cantarolar.
“And I would answer all your wishes if you ask me to but if you'd deny me one of your kisses, don't know what I'd do...” A surpreendi e ela virou-se para mim com uma expressão nova em seu rosto. Suas covinhas – aquelas malditas curvinhas em suas bochechas que me faziam rir como um bobo – se destacaram e seus olhos azuis ficaram estreitos. Levantei minha mão para que ela dançasse comigo, mas ainda sorrindo ela balançou a cabeça em negação. Fiz uma cara de quem havia ficado triste e comecei a fazer mímicas conforme a letra da música.
“So hold me close and say three words like you used to do”
“Dancing on the kitchen tiles, it’s all about you” Disse e ela finalmente se rendeu levando sua mão até a minha e dançando no ritmo da música. Sussurrava em seu ouvido enquanto sentia seus pêlos da nuca eriçarem. Naquele momento, era tudo sobre ela.

***

Primeiro: É a coisa mais fluffy que eu já escrevi. Não esperem nada disso nunca mais, estou surtada...
Segundo: Confesso... Escrevi cada linha pensando no Fletcher mas enfim ushauhsuahs estou com probleminha
Terceiro: Vou me internar por ter escrito uma coisa tão... sei lá.
Quarto: Se o We Heart It der mais um probleminha eu vou entrar em depressão... (Obs: Fotinho de Across the Universe)
Último: Vou finalmente fazer as aulas de baixo que eu queria o// Aprendiz de Dougie Poynter...
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You Found Me

Por Mariana 'Scuse' Travain

Andas sozinho com a neblina cobrindo até a altura de teus ombros, tua pele está amedrontada através do vento gelado. Refrigério é tudo que não te preenche, calmaria é tudo em volta de ti. Estás sozinho e isso é tudo. A figura abstrata do homem fumando o último cigarro que te vem à mente é tão real quanto a neblina em sua volta, mas estás sozinho. E isso é tudo. Esquina da Primeira com a Amistad.

Apenas admite que as incertezas são as únicas certezas que tens da vida. O que pensavas ser real era irreal e o momento que se segue parece tão irreal que sua mente o trata como real. E aquele abstrato ao teu lado era apenas mais uma de tuas distantes incertezas. E em um sopro você o pergunta em uma voz fraca, tomada por medo e insegurança, onde Ele esteve todo este tempo.

Os últimos dias, que não sabes se são muitos ou não, perdestes toda tua noção de tempo. Inconscientemente alguma vez indagou-se sobre Ele. E muitas respostas vieram à tua cabeça. Muitas. E agora não sabes qual dela cabe ao homem com o cigarro na mão, nada que pensastes, nada que ouvistes, nada que sentistes, nada que visses.

Nada que ouvistes.

— Pergunte-me qualquer coisa.

E Ele se pronunciou. Nada que ouvistes. Não era voz, não era o que esperavas, se é que esperavas algo. Não és um homem de fé, não és nada mais que mais um ser humano. E sabes disso através de tua voz. Ela não ecoa em teu interior, em tua alma como todos dizem. E a dúvida paira em tua cabeça.

E apenas perguntou onde Ele esteve quando tudo desmoronou em tua cabeça. E esperavas por milhões de respostas e não achavas nada. Todos os dias gastos ao telefone, que nunca tocou e nunca veio até a esquina da Primeira com a Amistad.

Todos os momentos em quais você se indagou e orastes tantas e tantas vezes em busca de respostas e tudo que vinhas era uma acusação. Onde Ele estava nos últimos momentos de “Adeus”? Ele estava escondido em tua palavra? Nada o fizera ter prazer em dizê-la. E o nada era o que mais motivava cada “Adeus”.

Logo no meio de tantas despedidas vistes teu corpo perdido vagando pelas estreitas e movimentadas ruas de tua mente. E toda a eloqüência te movia, apenas por não seres eloqüente. Primeiro o abandono de duas pessoas, que logo se tornaram três e assim se seguiram. Todas muito eloqüentes em suas despedidas. E você ali perdido, sem palavras.

— Me encontrastes, perdido e inseguro, deitado no frio chão, rodeado. Por que tiveras de esperar? Onde estavas?! — E uma falha soa em tua voz, abaixando significadamente teu tom — Me encontrastes, mas um pouco tarde demais.

E a insegurança de tua palavra vaia com tua incerteza. Não há resposta. Não há mais nada n’Ele além do movimento que levava o cigarro até a boca. Seus olhos se perdem no negro nas extremidades, mas a luz do azul vibrante, do verde da cor das águas, do castanho dos troncos velhos, do vermelho do sacrifício.

E Ele repete em tua mente. Não és um homem de fé. Não és nada mais que um ser humano. E isso para ti não é tudo. Milhões de dúvidas ainda pairam em tua cabeça. És muito menos que uma incerteza, és um ser humano. Para Ele isso é tudo. Para ti isso fora nada. Nada até de tuas convicções tirarem a dúvida e o escrito em um livro velho se tornar incerteza.

Ele estava ali para acabar com todas tuas incertezas. Mas era tarde demais. Todas as despedidas já haviam sido pronunciadas, todas as incertezas sanadas. E o que era incerteza agora era negação. E isso se passou a ser tudo. Mentira passou a ser tudo.

Erros passaram a ser vossos dilemas e não vos arrependestes qualquer segundo.

Em tua mente, o final parecia claro para cada vida. Elas nascem, passam um tempo neste cenário de dementes, segundo Shakespeare, e morrem. E isso é tudo. Esta é a maneira como encaras a vida e isto não o incomoda de qualquer jeito. Pois ainda há bilhões de pessoas como você. E você é apenas um ser humano. Logo, vocês estão ali frente a frente, o médico e o monstro.

E você perdera tudo. Tudo que um dia, mesmo que não fosse material, te pertencera. Toda a pele macia que podias acariciar à noite se desvanecera. E não sabes mais quem és. Não sabes quem não és. Não sabes o que quer ser. Não há como saber o tempo em que ela ficará ao teu lado.

Ele te achou, mas um pouco tarde demais.

Nota final: Não é apologia a qualquer coisa, apenas uma hipótese de um encontro que veio à minha cabeça que é basicamente a música homônima do The Fray.
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Sobre cativar... - parte 2

4 de ago. de 2010

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.


A raposa disse ao Pequeno Príncipe esta frase. Não me atrevo a discordar de Antoine de Saint-Exupéry. Notem que a palavra amor ou derivados é usada apenas uma vez nesse texto. "E eu amarei o barulho do vento do trigo". Você vê alguma diferença? Não.
Segundo o aurélio:
Amar: 1 Ter amor, afeição, ternura por, querer bem a. 2 Apreciar muito, estimar, gostar de. 3 Fazer amor; copular.
Cativar: 1 Tornar(-se) cativo; prender(-se). 2 Granjear a estima ou simpatia de. 3 Atrair; encantar, seduzir. 4 Tornar muito agradecido. 5 Enamorar-se.
Para mim, amor é sinônimo de obsessão. Mas eu digo, não apenas o amor entre dois sexos opostos (ou quem sabe do mesmo sexo), vocês me entenderam. Você não ama uma pessoa se você não se tornar obcecada por ela.
O parágrafo em que tem a frase mais acima é esse:

"O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo..."
A raposa dá como exemplo um simples caso obsessivo segundo os meus parâmetros, pois quando você lembra-se de alguém por uma coisa completamente ordinária você não está entre a normalidade. Mas eu não posso usar a palavra normalidade pois 90% das pessoas sentem-se desse jeito, para nós é tão natural.
Eu tenho uma teoria. Você sente que possui responsabilidade por aquilo que cativas assim que o fere, pois naquele momento você fere à si mesmo, pois apesar de sermos seres individualistas, aquilo machuca nosso ego. Quando você fere alguém, você fere o que ela superestimava em ti ( e ela o fez porque, acreditem, o ser humano inconcientemente vê deleite em sofrer). Tudo porque você se sente responsável por si mesmo e é como deve ser em sua mente, mas você não sabe que você não é tão formado da indiferença das pessoas como eu disse, você precisa de alguém que aumente seu ego e que você possa ferir, pois você tem necessidade dessas duas coisas, você é um ser humano. Logo, cativar está entre suas necessidades, você não vive sem ter quem cative e nem quem se possa assumir responsabilidade e que se torne responsável por ti. Capisce?
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Sobre cativar...


"- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.

- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?

- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.
E eu não tenho necessidade de ti.
E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry

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You can't start a fire...


You can't start a fire without a spark, this gun's for hire, even if we're just dancing in the dark.

I get up in the evening
and I ain't got nothing to say
I come home in the morning
I go to bed feeling the same way
I ain't nothing but tired
I'm just tired and bored with myself
Hey there baby, I could use just a little help

Message keeps getting clearer
radio's on and I'm moving 'round the place
I check my look in the mirror
I wanna change my clothes, my hair, my face
Man I ain't getting nowhere
I'm just living in a dump like this
There's something happening somewhere
baby I just know that there is

You sit around getting older
there's a joke here somewhere and it's on me
I'll shake this world off my shoulders
come on baby this laugh's on me

Stay on the streets of this town
and they'll be carving you up alright
They say you gotta stay hungry
hey baby I'm just about starving tonight
I'm dying for action
I'm sick of sitting 'round here trying to write this book

I need a love reaction
come on now baby gimme just one look

You can't start a fire
you can't start a fire without a spark
This gun's for hire
Even if we're just dancing in the dark
You can't start a fire worrying about your little world falling apart
This gun's for hire
Even if we're just dancing in the dark.

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A Outra Face dos Anjos

2 de ago. de 2010



Em seu leito inocente,
Ao avistar na nascente,
Cabelos encaracolados ao luar
Como se ali fosse seu eterno lugar.

E a água batendo em seus pés,
Em meio de breves orações,
Rezando com lamentações.
De alma pura e limpa,
Coitado é aquele não sinta
A beleza do seu amar
E de sua voz de veludo que reza sem cessar.

Estrelas lindas no céu,
Suas companheiras de luar.
E além do véu
Nenhuma tristeza elas irão encontrar.

Mas na outra face dos anjos
Todos irão procurar,
Mas apenas os que os vêem
Irão se admirar
Com a tristeza nos olhos
Mas a vontade de ajudar

Por Mariana 'Scuse' Travain


***

Hey! Essa poesia, na verdade, é usada como uma inspiração para um projeto de pseudolivro homônimo que se passa na segunda guerra (também, uhulles o/). Hm, queria dizer também que estou com um projeto novo que, na verdade, não é exatamente um livro. Se chama She might not make it home tonight (usem a sigla SMT, é beeem mais fácil). Ele é é dividido em três looongas one-shots (shuahsuahus explicando a graça: One-shot na verdade significa uma história bem curta de um capítulo), a primeira que se chama Singularity (Singularidade, quando vocês leram vão ler essa palavra muitas vezes) e eu já comecei a escrever, posso dar uma prévia haha.
Ela é baseada na fanfic Unschärfe da autora Vick Weasley e na música Get Up do Barcelona. Essa fic, Unschärfe (que quer dizer embaçado em alemão) é bastante pesadinha, ela é rated M (Mature, no fanfiction.net que significa que não é recomendada para menores de 18 anos), possui cenas de sexo explícito, estupro e morte. E é ainda Dramione. Ta aí uma prévia grandinha de Singularity:


A angústia estava presa em seus olhos enquanto aquelas duas grandes amêndoas despejavam lágrimas solitárias procurando por ajuda. Eu estava ali, senhores. E eu não era capaz de fazer qualquer movimento para mudar a situação, não apenas pela dor na juntura de meus ossos e a ardência dos meus músculos, era porque eu era fraco. Fraco o suficiente para não abrir mão de meu orgulho por ela. Mas eu não o faria hoje ou amanhã. Não, senhores, chamem-me de covarde, mas eu simplesmente não o faria.

[...]

Preciso começar de onde tudo nos levou. Nos: Pronome pessoal oblíquo da primeira pessoa do plural. Plural. Talvez, essa poderia ser a palavra mais certa e a mais errada para definir o começo. Talvez, por sermos tão singulares que se nos juntássemos, o plural fizesse sentido afinal. E tudo porque obsessão, senhores, não é tão singular quanto aparenta.

[...]

Meu ódio por ela não era centrado por algo que ela fizera, sua inocência me enojava. Mas de algum modo, por alguns segundos – devo dizer –, meu desejo não foi de jogar uma nota de dez libras no balcão e sair. E então eu segui para mais uma das ações da qual me arrependi. Levantei-me, não com o intuito de ir, e meus, amaldiçoados sejam, pés seguiram até a mesa onde ela sentara. E isso foi um erro. Pois ao me colocar de frente a ela, quebrei toda a singularidade que tínhamos e que ela nunca iria notar em mim, pois ela era inocente demais para isto. Vi os poucos raios de sol iluminar seus cachos e ela não mencionou dizer nada, apenas insinuou um leve sorriso com o canto dos lábios.
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Três Estações

31 de jul. de 2010


Um dia – e este dia,
Devo dizer que chegou –
Minha presença, calmaria
Se tornou.

Se tornou vazio,
Enquanto do limbo,
Minhas asas quebradas
Me impediam de voar.
Atrapalhadas.

Porque na primavera,
Eu poderia regar seu jardim.
Quisera,
Você desse uma flor para mim.

No inverno,
Eu fui sua lareira.
Que espreitava sorrateira
Em seu cobertor.

No outono,
Varri todas as folhas de sua varanda,
E com um cheiro de lavanda,
Você gostava de mim.

Mas então o verão chegou,
Não varri,
Não aqueci,
Não consegui mais regar seu jardim,
E você apenas disse que esta estação não foi feita para mim.

Por Mariana 'Scuse' Travain


N/A: Eu definitivamente não gostei, mas enfim...
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Tempestade



Lágrimas escorrem do meu rosto por tua causa. E eu sei que a culpa não está te corroendo, pois você nem ao menos é capaz de senti-la. Você apenas cava um buraco fundo e se enterra, com sua expressão monótona e seu mútuo silêncio.

Quando chove é sempre assim, você corre para seu buraco e eu permaneço derramando lágrimas escondidas. Você sabe que a tempestade não passa rápida e não pense que é por isso que você não consegue me olhar e ter uma simples conversa.

E quando eu vejo-o relampejar lá fora sei que você não compreende as chances que lhe restam para reverter a situação. Porque a tempestade chegou tão rápida como não vai permanecer e agora nós somos dois trovões confusos a trovejar contra nós mesmos. Nosso céu se tornou negro e cheio de nuvens.

Agora eu estou acabada.

Você permanece sem culpa.

Porém, a tempestade já passou.

Mas tudo indica que irá regressar.


And no, oh, how could you do this? An oh, I never saw it coming. 'Cause when it rain, you always find an escape just running away.
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About Believe...

29 de jul. de 2010

Our biggest problems fade when we believe in things. I guess we just need something to believe to fool ourselves and don't progress, people can't face reality.
M. 'Scuse' Travain


Nossos maiores problemas desaparecem quando acreditamos em coisas. Eu acho que nós apenas precisamos de algo para acreditar para nos fazermos de bobos e não progredir, pessoas não conseguem encaram a realidade.)
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Sex on Fire

26 de jul. de 2010



9 Crimes - Prólogo

A imensidão do negro, que era apenas quebrado por uma vela que se encontrava em seus últimos momentos de iluminação, era assustadora. Esta vela iluminava o contorno de dois corpos tão frágeis no chão. Eram tão rígidos quanto o inverno, o único movimento era apenas a respiração descompassada de ambos.
O suor percorria a pele pálida dos dois e seus olhos encaravam um ao outro com desdém. A lareira seria uma boa amiga naquele momento, porém ambos não faziam questão de acendê-la.
A garota, que tinhas vestígios de tristeza nos olhos, se contraia em uma tentativa falha de afastar o frio. O jovem ao seu lado desdenhava de sua ignorância e mantinha os olhos assustadores na vela acesa.

― Foi você que provocou isso, sabia? ― ela disse com a voz extremamente rouca e inválida, fazendo sua garganta arder mais que o inferno. Ela o encarava procurando alguma humanidade naqueles olhos, que formavam um caleidoscópio de lembranças nem um pouco agradáveis. A íris que era tão escura nas extremidades e uma mescla de azuis e verdes quase brancos perto da pupila. Aqueles temerosos olhos que suplicavam à luz da vela.

Ele por um momento voltou a encará-la como se tudo o que ele fizera não fosse nada. E esse nada era ela, aquele silêncio que ela ousou quebrar e que agora tornava tudo tão mais perto de acontecer. Aquele momento que por tantas vezes não foi nada para ele, que se tornou um ciclo vicioso, que acabaria aquela noite, mas ainda assim era nada.

― Você sabe que não me importou em algum momento sua presença? ― disse ele ríspido ― Tudo o que eu fiz não foi por você e não senti piedade em vê-la mal por causa de tudo. Mas ao mesmo tempo não tive sequer qualquer deleite em vê-la se arruinar.

Os próximos segundos se tornaram silêncio novamente e o espaço que os separavam era maior a cada instante, a dor na respiração dela aumentava e ambos sentiam o sangue quente, pela primeira vez, que percorria de forma lenta e torturante os corpos que alternavam de temperatura. O atrito com o chão já não era o suficiente, o suor não significava o calor. Mesmo que as palavras dele fossem jogadas com ódio, eram talvez as mais doces que ele havia dito para ela, as mais sinceras, as que possuíam algum vestígio sentimentalista.

― Eu te mereço e sei disso. Eu provoquei tudo isso e minha mente não se pronunciou sobre o lado ruim de tudo nenhuma vez. ― ele murmurou tentando transformar o silêncio em palavras dadas ao vento. Suas últimas confissões. ― Eu não te amo, você sabe disso. Mas tua falta me proporcionou tanto desejo que a cada pensamento sobre ti me parecia errado e me fazia querer mais atrito, mais sussurros, mais gemidos e mais gritos de dor. Porque eles sim me levavam a cometer qualquer crime, mesmo que pequeno, que rompesse esse momento de paz, ― naquele momento a única fonte de luz do quarto foi desfeita pelo vento e assim ele pode sussurrar o fim ― que sempre vinha contigo.

***
Hey folks! Se gostarem, comentem, se não gostarem também comentem haha... Esse é o prólogo de uma das minhas histórias. Aqui no blog eu vou postar ela original, mas se você quiser pode ler interativa (as pessoas do sexo feminino... mas se ocê for do sexo masculino é só responder as pergutar como se fosse a menina que for ler), enfim qualquer dúvida, me pergunte...
Saiba como habilitar o script do computador (para poder ler a história interativa) clique aqui.
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Cannonball

22 de jul. de 2010


Stones taught me to fly
Love taught me to lie
Life taught me to die
So it's not hard to fall
When you float like a cannonball
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Absolvição

20 de jul. de 2010




Refrigério.
Fogo percorrendo ossos.
Lábios percorrendo corpos.
Dedos procurando cigarros.
Desejo procurando fracasso.

Ausência.
Medo escondendo males.
Confusão situada em pares.
Suor misturando lágrimas.
Abstinência tecendo lástimas.

Monotonia.
Cigarros transmitindo desejos.
Indiferença transmitindo beijos.
Lágrimas transmitindo depressão.
Sentimentos instando absolvição.

Mariana 'Scuse' Travain


***

O que acharam? Sério, é uma das minhas poucas poesias que me deixaram satisfeitas =)
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22 de junho...

25 de jun. de 2010



Não, seu computador não é louco por marcar 25 de Junho, eu apenas precisava postar sobre isso. Passei 3 dias tentando escrever esse post e simplesmente não saía. Para quem não sabe22 de junho é meu aniversário que continue não sabendo. Nessa época do ano eu tento (de uma forma frustrante) fazer com que todos se esqueçam. Eu tenho medo disso, talvez por alguma razão desconhecida (Peter Pan foi sempre minha historia favorita).
A coisa sobre ficar mais velha me deixa angustiada. São menos anos para eu fazer tudo que eu quero (a lista é enorme) e tantas que eu queria ter começado antes que eu às vezes me esqueço da minha filosofia sobre aniversário.
Todo dia 22 o despertador toca eu abro os olhos espanco ele até ele parar de tocar viro pro outro lado e volto a dormir com um simples Foda-se em minha mente.
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Londres

21 de jun. de 2010




Faça teu bom retorno do inferno
E descubra onde as linhas se sobrepõem
Onde os infinitos sóis se põem
Onde os corações se recompõem

Não adianta mais fugir
Depois que for cercado por quatro paredes brancas
Junte-se a mim
Terás um lindo jardim
E eu lhe ajudarei a fazer sua cerca

Tire aquelas três palavras de minha boca
E reconstrua teu castelo
Estás na escadaria para o inferno
Dê a meia volta e venha para o céu de marmelo

Não diga que isso era tudo que querias
Não guarde o orgulho para si
Porque derramaremos ele
Onde os rios correm
Onde os infames morrem

Diga que não acredita novamente
E eu lhe levarei para lá
Onde tu deves estar
Porque a exceção está ao seu lado
Pronta para lhe atacar

Me dê tua mão e eu lhe levarei
Por um caminho que fácil encontrei
Embrulhe teu coração em um plástico bolha
Nós vamos para Londres, querida
Porque quem se cansa de Londres
Se cansa da vida
So nevermind the darkness, we still can find a way... 'Cause nothing lasts forever... Even cold November Rain.